Há quase um mês nossa turma de Design Digital foi visitar a Bienal de São Paulo, e aqui vou contar um pouco sobre essa inesquecível experiência!
Esse é o cartaz da Bienal com suas bússolas caseiras, e pesquisando mais achei interessante que é a primeira vez na história que o evento conta com uma equipe interna de design, que elaborou não só a identidade visual da exposição, como tudo que a envolve.
O website é de fácil navegação e o conteúdo é impecável e completíssimo, além de ter um design elaborado e bonito. Com certeza foi uma grande e agradável melhora em relação ao website da Bienal anterior:
Bom, mas agora vamos para a nossa experiência, que contou com o fotógrafo oficial da turma, Daniel Barreto, para registrar tudo! Valeu, Dani! =)
A primeira obra que nos encantou foi a instalação do artista brasileiro Henrique Oliveira: "A origem do terceiro mundo":
Ficamos muito impressionados com a arquitetura da "caverna". Foi muito boa e empolgante a sensação de descobrir cada canto do lugar, os diferentes caminhos que iam surgindo, os vários níveis que íamos descobrindo, e a beleza e complexidade do labirinto de formas orgânicas que compunham o espaço.
O artista tem na pintura um ponto de partida para suas obras espaciais: "Ao longo do tempo, texturas, pinceladas, cromatismos, escorridos e velaturas, justapostos e sobrepostos na pintura abstrata e gestual do artista, mutaram-se em retalhos de tapumes e de madeira laminada, coletados sistematicamente nas ruas da cidade".*
"A colagem e a modelagem sensual desses materiais precários, de aspecto áspero e rudimentar, resultam em obras imersivas; paredes, protuberâncias e becos que contaminam e tornam orgânica a arquitetura de qualquer espaço que venham a ocupar".*
A obra apresentada "toma como ponto de partida a pintura A origem do mundo, do pintor realista francês Gustave Courbet e desenvolve-se como um túnel instalado numa região por entre salas expositivas, explodindo e brotando, como o avesso de uma pele, no espaço aberto".*
Muito bom!
Nessa obra vimos vários compartimentos individuais, cada um com uma cama e travesseiros, cercados por um tecido que parecia algodão cru, com aberturas para entrar e sair. Haviam escadas e corredores centrais que davam acesso para cada um dos compartimentos, nos três níveis.
Essa obra é do artista Hélio Oiticica, e se chama "Ninhos"!
"Um dos elementos centrais de sua obra é a quebra de hierarquias entre o terreno da produção artística e o da vida ordinária. Festas de rua, construções improvisadas de artefatos domésticos e a arquitetura das favelas são tomadas como exemplos da porosidade entre as esferas, legitimando procedimentos e materiais oriundos da cultura popular".*
É de Oiticica também a bandeira "Seja marginal, seja herói", onde o artista homenageia Cara de Cavalo e Mineirinho, "dois bandidos violentamente mortos pela polícia do Rio de Janeiro, confrontando as ideias convencionais de justo e errado, de exercício legítimo de poder e abuso autoritário".*
A instalação "Longe daqui, aqui mesmo", dos artistas Marilá Dardot e Fabio Moraes também é muito interessante. É uma construção feita de tijolos com várias salas e portas, como um labirinto. Cada sala representa um livro diferente e é muito divertido tentar descobrir e percorrer todos os espaços e cantos da instalação.
"O terreiro Longe daqui, aqui mesmo é uma espécie de labirinto feito de cômodos e passagens estreitas que convergem para uma grande sala central, num elogio à leitura como ato criativo".*
Há também uma biblioteca composta, entre outras coisas, por livros que que são resposta à seguinte pergunta feita aos participantes da 29ª Bienal: “Com que livro você construiria sua casa?”
Outra curiosa instalação é a obra "Arroz e Feijão", criada durante a ditadura militar brasileira pela artista italiana Anna Maria Maiolino. Nela, brotam sementes de arroz e feijão em pratos de louça branca distribuídos numa imponente e longa mesa negra.
"Num monitor de vídeo, ao fim daquele ambiente sacralizado, semelhante a um altar, uma boca mastiga a comida que a artista toma como símbolo de morte e vida, tradição e renascimento, em uma sempre pulsante antropofagia cultural".*
Essa obra é muito bacana também, pois é como uma "cápsula" em forma de uma figura geométrica espacial, composta, pelo que pude ver, por faces hexagonais e quadradas. Dentro me pareceu ser um mini ateliê, um local de trabalho: vários instrumentos, régua, tesoura, lápis, fitas, cola, papéis, cadernos, experimentos, projetos, obras, protótipos, objetos e coisas do tipo. Uma pessoa pode se fechar lá dentro!
A obra do artista colombiano Mateo López se chama "Palácio de papel" e é "uma papelaria inventada a partir de um módulo geométrico, que poderia ser combinado a outros módulos para compor edifícios, bairros ou cidades. Em seu interior, prateleiras e vitrines preenchidas por ferramentas de desenho, copiadas por outras ferramentas de desenho, constituem réplicas de objetos que poderiam assistir ao projeto de novas utopias".*
Gente, esse espaço é maravilhoso!! Paramos nesse lugar super gostoso para sentar, deitar e descansar um pouco debaixo da tenda com direito a várias almofadas com camomila! Muito bom!
(Olha o estado que ficou minha franja, né!rs) O projeto é de Ernesto Neto e se chama "Lembrança e esquecimento". Realmente é um espaço que mexe com todos nossos sentidos, com os tecidos e malhas de diferentes texturas, os cheiros de condimentos, a tenda e a enorme cama que configuram diferentes formas e cores. É um lugar que relaxa.
E fechamos o passeio assim:
Bom gente, é isso, ainda tem bastante foto para mostrar e queria falar mais coisas, mas essas foram algumas das que mais me marcaram!Talvez em outra hora mostro mais!
Tem muita coisa que não deu para ver na bienal, uma tarde de sábado é pouquíssimo para ver tudo! =/
Todas as fotos são do nosso querido amigo Daniel Barreto, exceto as 5 fotos no cantinho da "Lembrança e esquecimento", que são da queridíssima Patrícia Barbosa.